domingo, 29 de maio de 2011

Juiz determina que Unicamp divulgue resultados da eleição ao CONSU

Dia 27 de maio o Juiz da 1a. Vara da Fazenda Pública proferiu despacho, referente a Medida Cautelar que em face de evidentes irregularidades exigia a suspensão da posse dos novos membros do Conselho Universitário e a divulgação imediata das planilhas eleitorais. O Juiz também determinou novo prazo para recurso reconhecendo o absurdo do prazo ter encerrado antes da divulgação desses resultados. Abaixo o texto do despacho:

Despacho Proferido:
Defiro ao requerente o benefício da assistência judiciária. Não obstante os relevantes argumentos expostos na inicial, não se justifica a suspensão da posse dos candidatos eleitos para o Conselho Universitário, que causaria inegável paralisia do órgão, essencial na estrutura da Universidade, durante a tramitação do feito. Note-se que o requerente, a rigor, não sabe se houve ou não irregularidade, necessitando do acesso aos documentos relativos à eleição para chegar a tal conclusão. Não há porque, ante a mera possibilidade de irregularidade, suspender-se a posse. Caso constatada ilegalidade no processo eleitoral, poderá ser posteriormente dada posse ao requerente (pedido a ser deduzido em eventual ação principal). Contudo, por outro lado, realmente não se justifica que a ata circunstanciada do pleito seja registrada somente após homologação pelo Conselho Universitário. Trata-se de documento informativo sobre fatos ocorridos no dia da eleição, não havendo motivo para prévia aprovação – o que seria equivalente a, grosso modo, numa eleição conduzida pela Justiça Eleitoral, deixar de afixar os boletins de urna nas seções eleitorais para somente fazê-lo após aprovação do Tribunal Regional Eleitoral. Isto posto, defiro parcialmente a liminar, para determinar à requerida a exibição, em vinte e quatro horas, da documentação referente às eleições (trata-se da documentação que estará posteriormente disponível no site da Universidade, nos termos do edital (fls. 24, último parágrafo), bem como para, sem prejuízo da posse, devolver ao requerente o prazo para interposição de recurso administrativo, a partir da juntada aos autos ou da entrega ao requerente da documentação. Intime-se do teor da presente decisão, bem como cite-se para os fins do artigo 802 do CPC. Int. Cps, d.s. Juiz de Direito.

sábado, 28 de maio de 2011

Petition / Abaixo-assinado

Sign at http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N10497

Petition
Immediate divulging of the electoral results for the CONSU of Unicamp! Immediate recount of the votes!



In the 11th and 12th of May 2011 were held elections for the representation of the teaching staff in the University Council of the State University of Campinas (Unicamp). The candidates' balloting was disclosed in the University's website in the 16th of May. However, data on the total of voters were not published, as well as on the number of voters per University unit and the amount of ballots annulled during the counting of votes. According to the overseers of the determination of the election, this number reached nearly 10% in the ballot box of the Institute of Philosophy and Human Sciences (IFCH), which suffices to drastically alter the result of the elections.


Considering that a basic principle of any democratic election is that its result is public and transparent and that there are strong anomalies in the electoral process.


The professors and researchers undersigned demand: 
  1. The immediate publication in the Unicamp's website of all data and information in possession of the General Secretary and the Electoral Commission of this University about the determination of this election, the final minutes of the determination of the election and the rules and procedures which have guided the counting and registration of the votes. 
  2. A transparent and democratic recounting of the votes for the University Council of Unicamp.


Assine em http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N10497
Abaixo-assinado
Divulgação imediata dos resultados eleitorais da eleição para o CONSU da Unicamp! Recontagem já dos votos! 


Nos dias 11 e 12 de maio de 2011 foram realizadas eleições para a representação docente no Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A votação nos candidatos foi divulgada no site da Universidade no dia 16. Não foram publicados, entretanto, dados sobre o total de votantes, o número de votantes por unidade e o montante das cédulas invalidadas durante a apuração. De acordo com fiscais da apuração o número de cédulas invalidadas na urna do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) foi de cerca de 10%, o suficiente para alterar drasticamente o resultado das eleições.

Considerando que um princípio básico de toda eleição democrática é o de que seu resultado é público e transparente, bem como a existência de fortes anomalias no processo eleitoral.


Os professores e pesquisadores abaixo assinado exigem: 


  1. A publicação imediata, no site da Unicamp, de todos os dados e informações em poder da Secretaria Geral e da Comissão Eleitoral dessa Universidade sobre a apuração dessas eleições, da ata final da apuração e das normas e procedimentos que nortearam o computo e o registro dos votos. 
  2. A recontagem transparente e democrática dos votos para as eleições do Conselho Universitário da Unicamp.
  First signatures/Primeiras assinaturas


Francisco de Oliveira (professor emérito da FFLCH/USP)
Luiz Orlandi (professor aposentado do IFCH/Unicamp)
Michael Burawoy (presidente da International Sociological Association)
Michael Hall (professor aposentado do IFCH/Unicamp)
Oswaldo Giacoia Junior (professor do IFCH/Unicamp)
Peter Evans (University of California)
Walter Carnielli (professor titular do IFCH/Unicamp)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A eleição do CONSU na caixa-preta


Alvaro Bianchi
Candidato a representante da categoria dos professores MS-3
nas eleições para o CONSU da Unicamp

Hoje protocolei na Secretaria Geral da Universidade Estadual de Campinas um ofício exigindo: a) a recontagem dos votos para as eleições do Conselho Universitário da Unicamp; b) a publicação imediata, no site da Unicamp, de todos os dados e informações em poder da Secretaria Geral e da Comissão Eleitoral sobre a apuração dessas eleições, da ata final da apuração e das normas e procedimentos que nortearam o computo e o registro dos votos. Abaixo explico as razões que me levam a essa medida extrema.

Como muitos sabem candidatei-me a representante dos professores MS-3 nas últimas eleições para o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Obtive 167 votos para a representação dos professores MS-3, apenas três a menos do que o último colocado. Considerei esse resultado extremamente significativo. Trata-se de um número muito expressivo de votantes para um programa radical de defesa de uma universidade livre e democrática, dos movimentos sindicais e estudantil da Unicamp e da contratação de docentes e funcionários.

Surpreendeu-me, entretanto, a informação de que sete votos do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) haviam sido impugnados. Uma vez que existem nesse Instituto 89 professores, dos quais alguns se encontram afastados – devido a licenças-prêmio ou atividades de pesquisa –, e outros justificadamente não puderam comparecer à eleição, não é descabido estimar que o número de cédulas impugnadas esteve próximo dos 10% de votantes. Não é preciso ser cientista político para saber que esse número é absurdo e joga dúvidas sobre o resultado do pleito.

Desde segunda-feira pela manhã procuro, sem sucesso, informações precisas sobre o resultado das eleições. Solicitei à Secretaria Geral da Unicamp a divulgação das planilhas eleitorais. Não fiz isso porque estimo essa informação direito de um candidato e sim porque considero um dever das autoridades de nossa Universidade tornar públicos os dados eleitorais. Tentei marcar uma reunião na Secretaria Geral mas preferiram atender-me à distância, por telefone, e, apesar de várias ligações, até o momento essas planilhas não foram divulgadas e não me foi permitido vê-las.

Por telefone, entretanto, pude confirmar com um dos membros da comissão eleitoral que, de fato, sete votos do IFCH haviam sido impugnados porque não tinham no verso a assinatura dos mesários. Até o momento a única informação oficial que me foi prestada foi um documento da Secretaria Geral com as normas para a apuração que haviam sido dadas a conhecer exclusivamente para os membros da comissão eleitoral e os fiscais da apuração. Trata-se de um documento em papel timbrado da Secretaria Geral mas sem identificação de autoria ou da fonte da autoridade que o respalda. Por meio desse documento pude constatar a existência de um absurdo procedimento de apuração que oculta a origem do voto. Muito embora os professores votem em urnas sediadas nas unidades da Universidade a apuração está arranjada de modo a que a informação sobre a proveniência do voto seja apagada no processo de apuração. Este inusitado arranjo eleitoral permite que a comissão eleitoral saiba de que unidade está impugnando o voto e o impacto dessa anulação sobre o resultado final, mas não permite que os eleitores possam inferir esse impacto. Estas eleições foram transparentes para os apuradores e opacas à comunidade unviersitária.

Um princípio básico de toda eleição democrática é o de que seu resultado é público e transparente. Essa não é uma condição suficiente, mas certamente é uma condição necessária Não é o que ocorre na Unicamp. Todas as informações fundamentais sobre o pleito estão até o momento em uma caixa preta. Não é apenas o resultado da votação que é ocultado. Não há informações públicas sobre o número total de professores votantes (!), sobre os votantes em cada categoria de representação, sobre os eleitores de cada unidade e os que efetivamente compareceram às urnas, e sobre o total de cédulas ou votos impugnados. O prazo para o encaminhamento de recursos referentes à eleição se encerra hoje, dia 18 de maio, e não existem informações fundamentais para embasar tais recursos. A interdição dessas informações é inadmissível, intolerável e desperta dúvidas sobre a lisura e a legitimidade do processo eleitoral.

O ofício encaminhado à Secretaria Geral tem por objetivo tornar conhecidos de toda a comunidade universitária os procedimentos obtusos e arbitrários que ordenam as eleições para o órgão máximo da administração universitária. Mas também tem por finalidade estabelecer a verdade das urnas e a representação real no CONSU. Não é a legitimidade deste ou daquele candidato que está sendo questionada. É a legitimidade das eleições e do resultado anunciado; consequentemente, é o próprio Conselho que está em questão.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Manifesto dos estudantes em defesa da candidatura do Prof. Alvaro Bianchi (MS-3) ao CONSU - Eleições 2011

Manifesto dos estudantes em defesa da candidatura do Prof. Alvaro Bianchi (MS-3) ao CONSU - Eleições 2011
A difícil situação pela qual passa a Universidade brasileira hoje, com a falta brutal de investimentos de ensino, pesquisa e extensão, bem como a precarização das condições do trabalho docente e técnico-administrativo, faz parte também da realidade dos estudantes da graduação e pós-graduação da Unicamp. A Unicamp “está em estado de emergência”; no momento em que mais precisamos encontrar alternativas coletivas para esses problemas, a nossa atual Reitoria fecha suas portas e atua de maneira anti-democrática.

Isso se expressa na forma como é realizada a eleição para o Conselho Universitário (CONSU): a representação eleita pelos docentes é inferior ao número de conselheiros “permanentes” (que ocupam cadeiras no Conselho sem terem sido eleitos para esse fim). A falta de democracia também se verifica nas perseguições realizadas pela administração central da Universidade aos  funcionários e estudantes que participaram das manifestações realizadas nos últimos dois anos em defesa da Universidade.

Mais do que nunca, é preciso unificar os três segmentos (estudantes, professores, funcionários) e retomar a construção de um projeto de educação superior alternativo ao vigente. Nesse sentido, manifestamos nosso apoio à candidatura do Prof. Alvaro Bianchi, entendendo que sua atuação no CONSU pode somar forças a esse movimento necessário. 

Reproduzimos aqui a pauta de sua campanha:
1. Contratação imediata, por concurso público de 297 professores da carreira MS e 1.259 funcionários técnico-administrativos, restabelecendo o quadro funcional equivalente ao ano de 1994.
2. Compromisso institucional com o aumento da cota-parte do ICMS para as universidades de 9,57% para 11,5%. 
3. Democratização efetiva das políticas de acesso à universidade com a criação de cursos noturnos e ampliação das políticas de permanência estudantil.
4. Contra a criminalização dos movimentos sindicais e estudantis da Unicamp. Pela retirada de todos os processos administrativos contra estudantes e funcionários que se lutam.
5. Ampliação do CONSU e da representação eleita dos docentes, funcionários e estudantes.
6. Estatuinte universitária.

Assinam esse manifesto (enviar novas assinaturas para danixhm@yahoo.com.br ou otaviocj@gmail.com):

  1. Centro Acadêmico de Ciências Humanas
  2. Aldrey Cristina Iscaro (Mestranda em Ciência Política)
  3. Alexandre Vander Velden (Graduando em História)
  4. Ana Elisa Cruz Corrêa (mestranda em ciência política)
  5. Antonio Brunheira Jr. (Graduando em História)
  6. Bruna Santinho (Graduanda em Ciências Sociais)
  7. Caique Bartolo (Graduando em Ciências Sociais)
  8. Camila Góes (Graduanda em Ciências Sociais)
  9. Carolina Filho (Graduanda em Ciências Sociais)
  10. Caue H. P. Silva (Graduando em Ciências Sociais)
  11. Daniela Mussi (Doutoranda em Ciência Política)
  12. Danilo Martuscelli (Doutorando em Ciência Política)
  13. Elisa Pornau
  14. Fabio R. Busso (Graduando em Ciências Sociais)
  15. Flavio Pereira (Graduando em Ciências Sociais)
  16. Gabriel Fardim (Graduando em Ciências Sociais)
  17. Giulliane de Almeida Brandão (Graduanda em Ciências Sociais)
  18. Iaci Maria Teixeira
  19. Isabela Amante (Graduanda em Ciências Sociais)
  20. João de A. R. Campinho (Mestrando em Ciência Política)
  21. João de Regina (Graduando em Ciências Sociais)
  22. João Pedro Mendonça (Graduando em Ciências Sociais)
  23. Laís Caçula (Graduanda em Ciências Sociais)
  24. Leonardo Minelli (Graduando em Ciências Sociais)
  25. Liliane Bordignon (Graduanda em Ciências Sociais)
  26. Luciana Aliaga (Doutoranda em Ciência Política)
  27. Luciana Nogueira (Doutoranda em Linguística)
  28. Luiz Fernando Rodrigues (Graduando em Letras)
  29. Luiz H. Lessa (Graduando em Ciências Sociais)
  30. Maíra Bichir (Mestranda em Ciência Política)
  31. Marcelo Saraiva (Graduando em História)
  32. Marina Serva (Graduanda em Ciências Sociais)
  33. Mário Carneiro
  34. Miguel Damba (Graduando em Artes Cênicas)
  35. Milena Bagetti (Doutoranda em Ciência de Alimentos)
  36. Otávio Calegari Jorge (Mestrando em Sociologia)
  37. Patrícia Rocha Lemos (Mestranda em Ciência Política)
  38. Rafael Tadeu dos Santos Mano (Mestrando em Sociologia)
  39. Renato Cesar Fernandes (Mestre em Ciência Política)
  40. Rodolfo Dias Palazzo (mestrando em Ciência Política)
  41. Sabrina Areco (Doutoranda em Ciência Política
  42. Susana D. Rizzoto (Graduanda em Ciênciais Sociais)
  43. Sydnei Ulisses de Melo Jr. (Graduando em Ciências Sociais)
  44. Thaís Lima Martim (Graduanda em Ciências Sociais)
  45. Thiago Trindade (doutorando em Ciências Sociais)
  46. Verônica Gomes (Mestranda em Ciência Política)
  47. Vinícius Almeida (Mestrando em Ciência Política)
  48. Vinicius de Mattos (Graduando em Ciências Sociais)
  49. Vinicius Ribeiro A. Teixeira (Graduando em Ciências Sociais)
  50. Yan Caramel (Graduando em Ciências Sociais)

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    Ato de lançamento da candidatura

    Ato de lançamento da candidatura de Alvaro Bianchi ao CONSU

    Dia 14/4 (quinta-feira) 
    às 18h 
    Auditório I do IFCH/Unicamp


    Universidades em crise/Universities in crisis

    A crise econômica mundial que explodiu no final de 2008 teve efeitos profundos nas univesidades. Ajustes fiscais foram levados a cabo resultando em cortes orçamentários, na cobrança de taxas, na mercantilização do conhecimento, ou, simplesmente, na privatização das universidades. O tema tem sido acompanhado de perto pela International Sociological Association, que criou um blog -- Universities in crisis -- para acompanhar esses efeitos.

    Além de medidas administrativas que afetam diretamente as atividaes fins da universidade essa crise tem sido acompanhada de uma ameaça à liberdade de pensamento e manifestação nas universidades. Acusada de ser uma ameaça ao "american way of life" a destacada socióloga Frances Fox Piven tem sido objeto de campanha televisiva da reacionária Fox News e tem sido assediada por conservadores.

    Agora é pra valer!

    Oficializada a inscrição de minha candidatura para o CONSU da Unicamp.

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Cresce a lista de apoios à candidatura

    1. Andréia Galvão (IFCH)
    2. Angela Araújo (IFCH)
    3. Aparecida Neri de Souza (FE)
    4. Armando Boito (IFCH)
    5. Fernando Coelho (IQ)
    6. Fernando Lourenço (IFCH)
    7. Fernando Teixeira da Silva (IFCH)
    8. Gláucia  Pastore (FEA)
    9. José Vitório Zago (professor aposentado IMECC)
    10. Liliana Segnini (FE) 
    11. Luciana Tatagiba (IFCH) 
    12. Mauro de Almeida (IFCH)
    13. Nadia Farage (IFCH)
    14. Nora Krawczyk (FE)
    15. Omar Ribeiro Thomaz (IFCH)
    16. Plinio de Arruda Sampaio Jr. (IE)
    17. Sebastião Araújo (FCM)
    18. Sidney Chalhoub(IFCH)
    19. Silvio Camargo (IFCH)
    20. Theresa Adrião (FE)
    21. Vicente Rodriguez (FE)

    quarta-feira, 6 de abril de 2011

    Contra a criminalização das lutas de estudantes e funcionários da Unicamp!

    Moção aprovada por unanimidade na reunião Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas em 6 de abril de 2011.


    Manifestamos, através deste documento, nossa indignação quanto ao processo de criminalização das lutas de estudantes e funcionários da UNICAMP. Neste momento, cinco alunos, entre graduandos e pós-graduandos (mestrado e doutorado), estão sofrendo processo disciplinar por parte da reitoria da Unicamp por, após reiteradas negativas da reitoria de dialogar, terem ocupado o prédio da Administração da Moradia com o objetivo de lutar por mais vagas. Hoje temos menos de 1.000 vagas para o total de 32.772 estudantes. A intensificação desta política de repressão pode levar à expulsão destes estudantes, mas isto, nem de longe, atacaria o problema real.

    Com relação aos funcionários, as punições se referem ao fato de os trabalhadores terem se utilizado de seu direito historicamente adquiro de greve. Da mesma forma como ocorreu com os estudantes, a reitoria se recusou em discutir as pautas da greve, e agora está processando administrativa, cível e criminalmente nove trabalhadores por danos morais e materiais, violência e perturbação da ordem.

    Em ambos os casos houve intervenção da polícia militar e individualização das responsabilizações dos movimentos, na forma de punição exemplar.

    Por compreender que a primazia da repressão - em detrimento do diálogo - contradiz o largo consenso da comunidade universitária sobre a importância dos movimentos sociais organizados na efetivação da democracia, recomendamos veementemente a retirada do processo com o aprofundamento do diálogo político.

    Agenda do dia

    Dia cheio na campanha Unicamp livre e democrática!
    • 6 de abril às 12h -- Ato contra a criminalização dos movimentos na Unicamp 
    • 6 de abril às 12h30 -- Assembléia da Adunicamp
    • 6 de abril às 14h -- Reunião da Congregação do IFCH
    • 6 de abril às 18h -- Reunião com funcionários da Unicamp para discutir a campanha e a luta contra a criminalização do movimento

    terça-feira, 5 de abril de 2011

    Unicamp livre e democrática. Contratações já!

    Nas eleições do CONSU vote ALVARO BIANCHI (IFCH) para representante da categoria de docentes MS-3


    Oculta sob um discurso apologético, que transforma pequenos acontecimentos midiáticos em grandes realizações, uma corrente de insatisfação percorre os subterrâneos dos corpos docentes e de funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Cresce a cada dia o descontentamento com a deterioração das condições de trabalho, pesquisa e ensino. Em 1994 a Unicamp tinha 2.130 professores da carreira MS e 9.067 funcionários não docentes. Em 2009, segundo o último Anuário Estatístico da Unicamp, eramos 1.733 professores e 7.808 funcionários. O encolhimento é ainda mais nítido quando comparado com o crescimento do número de alunos. Em 1994 havia 8,88 alunos por docente MS e 1,98 aluno por funcionário. Em 2009 esses valores eram de 18,02 e 3,99, respectivamente.

    Os elevados índices quantitativos de produtividade dos docentes da Unicamp escondem a real situação. Eles não são uma decorrência de melhores condições de trabalho docente e sim da precarização dessa atividade. A universidade deveria ser um espaço para a produção de conhecimento, mas ao invés disso sucessivas administrações a transformaram em fábrica de diplomas e de artigos. Doenças associadas ao exercício da profissão, reclamações dos professores sobre as condições de trabalho, o alcoolismo e a dependência química tornaram-se corriqueiros nas unidades. As recentes denúncias de plágio e de falsificação de resultados de pesquisa que abalaram as universidades estaduais paulistas são a face perversa dessa precarização. A diminuição do corpo de professores e funcionários das instituições de ensino superior tem como resultado o encolhimento de sua efetiva relevância intelectual.

    Nossa Unicamp encontra-se em um estado de emergência. A completa ausência de um debate aberto e transparente sobre temas de grande relevância como a aplicação dos recursos extraordinários decorrentes do aumento da arrecadação do ICMS, a política de contratações, o novo plano de carreira docente e, recentemente, o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis) são manifestações do estado atual da universidade. A liberdade acadêmica encontra-se acuada; a democracia ameaçada.

    O preço dessa política acadêmica é elevado. As vozes dissonantes são condenadas à marginalidade ou, simplesmente, criminalizadas. A abertura de processo judicial contra nove funcionários técnico-administrativos da universidade e a ameaça de nova ação contra estudantes que participaram de mobilização na moradia estudantil, evidenciam o conservadorismo da atual administração universitária, sua intolerância e sua dificuldade para tratar as diferenças, o dissenso e a contestação próprias da vida acadêmica. O estado de emergência tem assumido na Unicamp a feição de um estado de exceção.

    Ao longo dos últimos anos o CONSU foi reduzido à condição de órgão de homologação das decisões da administração central da Universidade. As autoridades acadêmicas suprimiram o livre debate, a argumentação e a contra-argumentação, a paciente construção de consensos e a sedimentação de dissensos substantivos. A ação dialógica foi substituída pelo monólogo autoritário; a discussão franca pela bajulação; a deliberação democrática pelas magníficas portarias da Reitoria. As bases para tal estão respaldadas pelo estatuto da universidade que criou poderes de voto no CONSU a pró-reitores indicados pela reitoria, criando a figura anacrônica do conselheiro biônico; sub-representa estudantes e funcionários; torna a representação eleita pelos docentes para o Conselho inferior ao número de conselheiros natos; e atribui à Reitoria poderes não apenas executivos, como legislativos. Trata-se de um estranho caso de cesarismo sem liderança carismática.

    As eleições para o CONSU são uma oportunidade para a Universidade protestar contra esse estado de emergência e exceção e manifestar seu apoio à liberdade acadêmica e à democracia universitária. São também a chance do Conselho recobrar uma função verdadeiramente legislativa e passar a ser um órgão deliberativo de fato.



    O que queremos:

    1. Contratação imediata, por concurso público de 297 professores da carreira MS e 1.259 funcionários técnico-administrativos, restabelecendo o quadro funcional equivalente ao ano de 1994. 
    2. Compromisso institucional com o aumento da cota-parte do ICMS para as universidades de 9,57% para 11,5%.  
    3. Democratização efetiva das políticas de acesso à universidade com a criação de cursos noturnos e ampliação das políticas de assistência estudantil.
    4. Contra a criminalização dos movimentos sindicais e estudantis da Unicamp.
    5. Ampliação do CONSU e da representação eleita dos docentes, funcionários e estudantes.
    6. Estatuinte universitária.

    segunda-feira, 4 de abril de 2011

    Representação esvaziada

    O Conselho Universitário da Unicamp encerra graves distorções na repreentação da comunidade universitária. A Deliberação CONSU-A-6/99 definiu que o Conselho Universitário é formado pelo reitor; o vice-reitor; os cinco pró-reitores; os 22 diretores de institutos e faculdades; e o superintendente do Hospital de Clínicas; todos estão são conselheiros natos, ou seja, ocupam um assento no CONSU sem terem sido eleitos para tal. Além destes há cinco representantes da “comunidade externa”, dentre eles um representante da Fiesp. 

    Ao todo há no Conselho 30 conselheiros natos, totalizando 38% do total, o suficiente para garantir folgada maioria para as propostas da Reitoria. 

    Os conselheiros eleitos pela comunidade universitária são apenas vinte representantes do corpo docente; nove representantes do corpo discente; sete representantes dos servidores não docentes; e dois representantes das demais carreiras docentes. 

    O CONSU carrega consigo um pesado entulho autoritário, testemunha de um passado que não pode ser esquecido e do qual ainda não conseguiu se livrar. Assim como os senadores biônicos, os pró-reitores tem direito a voto no Conselho, apesar de não terem sido eleitos para sua função ou para a representação no órgão. Do mesmo modo que a distribuição desproporcional de deputados pelos estados da federação, inexiste no Conselho qualquer paridade ou equilíbrio na representação das diferentes categorias. 

    A ampliação do CONSU e da representação eleita diretamente pela comunidade universitária é o primeiro passo para a democratização desse órgão.