quarta-feira, 13 de abril de 2011

Manifesto dos estudantes em defesa da candidatura do Prof. Alvaro Bianchi (MS-3) ao CONSU - Eleições 2011

Manifesto dos estudantes em defesa da candidatura do Prof. Alvaro Bianchi (MS-3) ao CONSU - Eleições 2011
A difícil situação pela qual passa a Universidade brasileira hoje, com a falta brutal de investimentos de ensino, pesquisa e extensão, bem como a precarização das condições do trabalho docente e técnico-administrativo, faz parte também da realidade dos estudantes da graduação e pós-graduação da Unicamp. A Unicamp “está em estado de emergência”; no momento em que mais precisamos encontrar alternativas coletivas para esses problemas, a nossa atual Reitoria fecha suas portas e atua de maneira anti-democrática.

Isso se expressa na forma como é realizada a eleição para o Conselho Universitário (CONSU): a representação eleita pelos docentes é inferior ao número de conselheiros “permanentes” (que ocupam cadeiras no Conselho sem terem sido eleitos para esse fim). A falta de democracia também se verifica nas perseguições realizadas pela administração central da Universidade aos  funcionários e estudantes que participaram das manifestações realizadas nos últimos dois anos em defesa da Universidade.

Mais do que nunca, é preciso unificar os três segmentos (estudantes, professores, funcionários) e retomar a construção de um projeto de educação superior alternativo ao vigente. Nesse sentido, manifestamos nosso apoio à candidatura do Prof. Alvaro Bianchi, entendendo que sua atuação no CONSU pode somar forças a esse movimento necessário. 

Reproduzimos aqui a pauta de sua campanha:
1. Contratação imediata, por concurso público de 297 professores da carreira MS e 1.259 funcionários técnico-administrativos, restabelecendo o quadro funcional equivalente ao ano de 1994.
2. Compromisso institucional com o aumento da cota-parte do ICMS para as universidades de 9,57% para 11,5%. 
3. Democratização efetiva das políticas de acesso à universidade com a criação de cursos noturnos e ampliação das políticas de permanência estudantil.
4. Contra a criminalização dos movimentos sindicais e estudantis da Unicamp. Pela retirada de todos os processos administrativos contra estudantes e funcionários que se lutam.
5. Ampliação do CONSU e da representação eleita dos docentes, funcionários e estudantes.
6. Estatuinte universitária.

Assinam esse manifesto (enviar novas assinaturas para danixhm@yahoo.com.br ou otaviocj@gmail.com):

  1. Centro Acadêmico de Ciências Humanas
  2. Aldrey Cristina Iscaro (Mestranda em Ciência Política)
  3. Alexandre Vander Velden (Graduando em História)
  4. Ana Elisa Cruz Corrêa (mestranda em ciência política)
  5. Antonio Brunheira Jr. (Graduando em História)
  6. Bruna Santinho (Graduanda em Ciências Sociais)
  7. Caique Bartolo (Graduando em Ciências Sociais)
  8. Camila Góes (Graduanda em Ciências Sociais)
  9. Carolina Filho (Graduanda em Ciências Sociais)
  10. Caue H. P. Silva (Graduando em Ciências Sociais)
  11. Daniela Mussi (Doutoranda em Ciência Política)
  12. Danilo Martuscelli (Doutorando em Ciência Política)
  13. Elisa Pornau
  14. Fabio R. Busso (Graduando em Ciências Sociais)
  15. Flavio Pereira (Graduando em Ciências Sociais)
  16. Gabriel Fardim (Graduando em Ciências Sociais)
  17. Giulliane de Almeida Brandão (Graduanda em Ciências Sociais)
  18. Iaci Maria Teixeira
  19. Isabela Amante (Graduanda em Ciências Sociais)
  20. João de A. R. Campinho (Mestrando em Ciência Política)
  21. João de Regina (Graduando em Ciências Sociais)
  22. João Pedro Mendonça (Graduando em Ciências Sociais)
  23. Laís Caçula (Graduanda em Ciências Sociais)
  24. Leonardo Minelli (Graduando em Ciências Sociais)
  25. Liliane Bordignon (Graduanda em Ciências Sociais)
  26. Luciana Aliaga (Doutoranda em Ciência Política)
  27. Luciana Nogueira (Doutoranda em Linguística)
  28. Luiz Fernando Rodrigues (Graduando em Letras)
  29. Luiz H. Lessa (Graduando em Ciências Sociais)
  30. Maíra Bichir (Mestranda em Ciência Política)
  31. Marcelo Saraiva (Graduando em História)
  32. Marina Serva (Graduanda em Ciências Sociais)
  33. Mário Carneiro
  34. Miguel Damba (Graduando em Artes Cênicas)
  35. Milena Bagetti (Doutoranda em Ciência de Alimentos)
  36. Otávio Calegari Jorge (Mestrando em Sociologia)
  37. Patrícia Rocha Lemos (Mestranda em Ciência Política)
  38. Rafael Tadeu dos Santos Mano (Mestrando em Sociologia)
  39. Renato Cesar Fernandes (Mestre em Ciência Política)
  40. Rodolfo Dias Palazzo (mestrando em Ciência Política)
  41. Sabrina Areco (Doutoranda em Ciência Política
  42. Susana D. Rizzoto (Graduanda em Ciênciais Sociais)
  43. Sydnei Ulisses de Melo Jr. (Graduando em Ciências Sociais)
  44. Thaís Lima Martim (Graduanda em Ciências Sociais)
  45. Thiago Trindade (doutorando em Ciências Sociais)
  46. Verônica Gomes (Mestranda em Ciência Política)
  47. Vinícius Almeida (Mestrando em Ciência Política)
  48. Vinicius de Mattos (Graduando em Ciências Sociais)
  49. Vinicius Ribeiro A. Teixeira (Graduando em Ciências Sociais)
  50. Yan Caramel (Graduando em Ciências Sociais)

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    Ato de lançamento da candidatura

    Ato de lançamento da candidatura de Alvaro Bianchi ao CONSU

    Dia 14/4 (quinta-feira) 
    às 18h 
    Auditório I do IFCH/Unicamp


    Universidades em crise/Universities in crisis

    A crise econômica mundial que explodiu no final de 2008 teve efeitos profundos nas univesidades. Ajustes fiscais foram levados a cabo resultando em cortes orçamentários, na cobrança de taxas, na mercantilização do conhecimento, ou, simplesmente, na privatização das universidades. O tema tem sido acompanhado de perto pela International Sociological Association, que criou um blog -- Universities in crisis -- para acompanhar esses efeitos.

    Além de medidas administrativas que afetam diretamente as atividaes fins da universidade essa crise tem sido acompanhada de uma ameaça à liberdade de pensamento e manifestação nas universidades. Acusada de ser uma ameaça ao "american way of life" a destacada socióloga Frances Fox Piven tem sido objeto de campanha televisiva da reacionária Fox News e tem sido assediada por conservadores.

    Agora é pra valer!

    Oficializada a inscrição de minha candidatura para o CONSU da Unicamp.

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Cresce a lista de apoios à candidatura

    1. Andréia Galvão (IFCH)
    2. Angela Araújo (IFCH)
    3. Aparecida Neri de Souza (FE)
    4. Armando Boito (IFCH)
    5. Fernando Coelho (IQ)
    6. Fernando Lourenço (IFCH)
    7. Fernando Teixeira da Silva (IFCH)
    8. Gláucia  Pastore (FEA)
    9. José Vitório Zago (professor aposentado IMECC)
    10. Liliana Segnini (FE) 
    11. Luciana Tatagiba (IFCH) 
    12. Mauro de Almeida (IFCH)
    13. Nadia Farage (IFCH)
    14. Nora Krawczyk (FE)
    15. Omar Ribeiro Thomaz (IFCH)
    16. Plinio de Arruda Sampaio Jr. (IE)
    17. Sebastião Araújo (FCM)
    18. Sidney Chalhoub(IFCH)
    19. Silvio Camargo (IFCH)
    20. Theresa Adrião (FE)
    21. Vicente Rodriguez (FE)

    quarta-feira, 6 de abril de 2011

    Contra a criminalização das lutas de estudantes e funcionários da Unicamp!

    Moção aprovada por unanimidade na reunião Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas em 6 de abril de 2011.


    Manifestamos, através deste documento, nossa indignação quanto ao processo de criminalização das lutas de estudantes e funcionários da UNICAMP. Neste momento, cinco alunos, entre graduandos e pós-graduandos (mestrado e doutorado), estão sofrendo processo disciplinar por parte da reitoria da Unicamp por, após reiteradas negativas da reitoria de dialogar, terem ocupado o prédio da Administração da Moradia com o objetivo de lutar por mais vagas. Hoje temos menos de 1.000 vagas para o total de 32.772 estudantes. A intensificação desta política de repressão pode levar à expulsão destes estudantes, mas isto, nem de longe, atacaria o problema real.

    Com relação aos funcionários, as punições se referem ao fato de os trabalhadores terem se utilizado de seu direito historicamente adquiro de greve. Da mesma forma como ocorreu com os estudantes, a reitoria se recusou em discutir as pautas da greve, e agora está processando administrativa, cível e criminalmente nove trabalhadores por danos morais e materiais, violência e perturbação da ordem.

    Em ambos os casos houve intervenção da polícia militar e individualização das responsabilizações dos movimentos, na forma de punição exemplar.

    Por compreender que a primazia da repressão - em detrimento do diálogo - contradiz o largo consenso da comunidade universitária sobre a importância dos movimentos sociais organizados na efetivação da democracia, recomendamos veementemente a retirada do processo com o aprofundamento do diálogo político.

    Agenda do dia

    Dia cheio na campanha Unicamp livre e democrática!
    • 6 de abril às 12h -- Ato contra a criminalização dos movimentos na Unicamp 
    • 6 de abril às 12h30 -- Assembléia da Adunicamp
    • 6 de abril às 14h -- Reunião da Congregação do IFCH
    • 6 de abril às 18h -- Reunião com funcionários da Unicamp para discutir a campanha e a luta contra a criminalização do movimento

    terça-feira, 5 de abril de 2011

    Unicamp livre e democrática. Contratações já!

    Nas eleições do CONSU vote ALVARO BIANCHI (IFCH) para representante da categoria de docentes MS-3


    Oculta sob um discurso apologético, que transforma pequenos acontecimentos midiáticos em grandes realizações, uma corrente de insatisfação percorre os subterrâneos dos corpos docentes e de funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Cresce a cada dia o descontentamento com a deterioração das condições de trabalho, pesquisa e ensino. Em 1994 a Unicamp tinha 2.130 professores da carreira MS e 9.067 funcionários não docentes. Em 2009, segundo o último Anuário Estatístico da Unicamp, eramos 1.733 professores e 7.808 funcionários. O encolhimento é ainda mais nítido quando comparado com o crescimento do número de alunos. Em 1994 havia 8,88 alunos por docente MS e 1,98 aluno por funcionário. Em 2009 esses valores eram de 18,02 e 3,99, respectivamente.

    Os elevados índices quantitativos de produtividade dos docentes da Unicamp escondem a real situação. Eles não são uma decorrência de melhores condições de trabalho docente e sim da precarização dessa atividade. A universidade deveria ser um espaço para a produção de conhecimento, mas ao invés disso sucessivas administrações a transformaram em fábrica de diplomas e de artigos. Doenças associadas ao exercício da profissão, reclamações dos professores sobre as condições de trabalho, o alcoolismo e a dependência química tornaram-se corriqueiros nas unidades. As recentes denúncias de plágio e de falsificação de resultados de pesquisa que abalaram as universidades estaduais paulistas são a face perversa dessa precarização. A diminuição do corpo de professores e funcionários das instituições de ensino superior tem como resultado o encolhimento de sua efetiva relevância intelectual.

    Nossa Unicamp encontra-se em um estado de emergência. A completa ausência de um debate aberto e transparente sobre temas de grande relevância como a aplicação dos recursos extraordinários decorrentes do aumento da arrecadação do ICMS, a política de contratações, o novo plano de carreira docente e, recentemente, o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis) são manifestações do estado atual da universidade. A liberdade acadêmica encontra-se acuada; a democracia ameaçada.

    O preço dessa política acadêmica é elevado. As vozes dissonantes são condenadas à marginalidade ou, simplesmente, criminalizadas. A abertura de processo judicial contra nove funcionários técnico-administrativos da universidade e a ameaça de nova ação contra estudantes que participaram de mobilização na moradia estudantil, evidenciam o conservadorismo da atual administração universitária, sua intolerância e sua dificuldade para tratar as diferenças, o dissenso e a contestação próprias da vida acadêmica. O estado de emergência tem assumido na Unicamp a feição de um estado de exceção.

    Ao longo dos últimos anos o CONSU foi reduzido à condição de órgão de homologação das decisões da administração central da Universidade. As autoridades acadêmicas suprimiram o livre debate, a argumentação e a contra-argumentação, a paciente construção de consensos e a sedimentação de dissensos substantivos. A ação dialógica foi substituída pelo monólogo autoritário; a discussão franca pela bajulação; a deliberação democrática pelas magníficas portarias da Reitoria. As bases para tal estão respaldadas pelo estatuto da universidade que criou poderes de voto no CONSU a pró-reitores indicados pela reitoria, criando a figura anacrônica do conselheiro biônico; sub-representa estudantes e funcionários; torna a representação eleita pelos docentes para o Conselho inferior ao número de conselheiros natos; e atribui à Reitoria poderes não apenas executivos, como legislativos. Trata-se de um estranho caso de cesarismo sem liderança carismática.

    As eleições para o CONSU são uma oportunidade para a Universidade protestar contra esse estado de emergência e exceção e manifestar seu apoio à liberdade acadêmica e à democracia universitária. São também a chance do Conselho recobrar uma função verdadeiramente legislativa e passar a ser um órgão deliberativo de fato.



    O que queremos:

    1. Contratação imediata, por concurso público de 297 professores da carreira MS e 1.259 funcionários técnico-administrativos, restabelecendo o quadro funcional equivalente ao ano de 1994. 
    2. Compromisso institucional com o aumento da cota-parte do ICMS para as universidades de 9,57% para 11,5%.  
    3. Democratização efetiva das políticas de acesso à universidade com a criação de cursos noturnos e ampliação das políticas de assistência estudantil.
    4. Contra a criminalização dos movimentos sindicais e estudantis da Unicamp.
    5. Ampliação do CONSU e da representação eleita dos docentes, funcionários e estudantes.
    6. Estatuinte universitária.

    segunda-feira, 4 de abril de 2011

    Representação esvaziada

    O Conselho Universitário da Unicamp encerra graves distorções na repreentação da comunidade universitária. A Deliberação CONSU-A-6/99 definiu que o Conselho Universitário é formado pelo reitor; o vice-reitor; os cinco pró-reitores; os 22 diretores de institutos e faculdades; e o superintendente do Hospital de Clínicas; todos estão são conselheiros natos, ou seja, ocupam um assento no CONSU sem terem sido eleitos para tal. Além destes há cinco representantes da “comunidade externa”, dentre eles um representante da Fiesp. 

    Ao todo há no Conselho 30 conselheiros natos, totalizando 38% do total, o suficiente para garantir folgada maioria para as propostas da Reitoria. 

    Os conselheiros eleitos pela comunidade universitária são apenas vinte representantes do corpo docente; nove representantes do corpo discente; sete representantes dos servidores não docentes; e dois representantes das demais carreiras docentes. 

    O CONSU carrega consigo um pesado entulho autoritário, testemunha de um passado que não pode ser esquecido e do qual ainda não conseguiu se livrar. Assim como os senadores biônicos, os pró-reitores tem direito a voto no Conselho, apesar de não terem sido eleitos para sua função ou para a representação no órgão. Do mesmo modo que a distribuição desproporcional de deputados pelos estados da federação, inexiste no Conselho qualquer paridade ou equilíbrio na representação das diferentes categorias. 

    A ampliação do CONSU e da representação eleita diretamente pela comunidade universitária é o primeiro passo para a democratização desse órgão.